Anchor Deezer Spotify

Presença de microplásticos pode levar a partos prematuros 62447

Presença de microplásticos pode levar a partos prematuros

Estudo avaliou a concentração de microplásticos em placentas humanas e encontrou relação com gestações de menor duração u563f

Os microplásticos estão espalhados pelo planeta e dentro do nosso organismo. Cientistas já localizaram essas minúsculas partículas no gelo polar, na água da chuva, no solo e nos alimentos. O microplástico está presente no nosso sangue e órgãos, incluindo a placenta de mulheres grávida. Apesar disso, o impacto dessa presença ainda está sendo estudado. No caso de mulheres grávidas, um estudo recente revelou uma ligação entre a bioacumulação de microplástico na placenta humana e partos prematuros.

No estudo, apresentado durante a reunião anual da Sociedade de Medicina Materno-Fetal dos Estados Unidos, os pesquisadores analisaram 175 placentas de gestações termo (com 41 semanas) e prematuras (de 37 a 41 semanas) e com menos de 37 semanas de gestação. Foram medidas nas placentas as quantidades de 12 microplásticos e nanoplásticos diferentes, incluindo polietileno (PE), cloreto de polivinila (PVC), poliuretano (PU) e tereftalato de polietileno (PET), usando espectrometria de massa altamente sensível.

grávida família
Foto: Christin Noelle | Unsplash

Os resultados mostraram que placentas prematuras tinham níveis muito mais altos de policarbonato (PC), PVC e nylon 66 (N66) em comparação com placentas de gestações a termo. As descobertas sugeriram que, apesar dos períodos de gestação mais curtos, as placentas em cenários prematuros com níveis mais altos de microplásticos já estavam acumulando essas partículas quando a gestação começou.

“A descoberta de concentrações de microplásticos mais altas nas mulheres que tiveram partos prematuros foi surpreendente”, disse o Dr. Enrico Barrozo , principal autor do estudo e professor assistente no Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Baylor College of Medicine e do Texas Children’s Hospital em Houston.

Embora os microplásticos na placenta não tenham sido apontados como causa de partos prematuros no estudo, os pesquisadores observaram que a associação justifica mais pesquisas para entender melhor os possíveis impactos na saúde reprodutiva.

No estudo, a equipe de pesquisa determinou que os níveis de microplástico nas placentas eram quase 122 vezes maiores do que a quantidade de microplásticos detectada anteriormente no sangue humano.

“Nosso estudo sugere a possibilidade de que o acúmulo de plásticos pode estar contribuindo para a ocorrência de parto prematuro”, disse o Dr. Kjersti Aagaard, autor sênior do estudo, diretor médico da Divisão da Costa do Golfo e médico de medicina materno-fetal do HCA Healthcare e professor pesquisador do Hospital Infantil de Boston. “Combinado com outras pesquisas recentes, este estudo se soma ao crescente corpo de evidências que demonstra um risco real da exposição a plásticos na saúde e doenças humanas.”

pés de bebê
Foto: Fê Ngô | Unsplash

Além da ligação entre microplásticos e nascimentos prematuros, outro estudo publicado em 2024 revelou que um em cada 10 nascimentos prematuros nos EUA pode estar relacionado à exposição dos pais a ftalatos, produtos químicos comumente usados ​​na produção de plástico para torná-los mais flexíveis.

Impactos revelados 2a1b2q

A medida que a poluição por microplásticos é confirmada por pesquisas das mais diversas áreas, cientistas estão analisando com mais profundidade o impacto que este resíduo traz para a saúde – com foco especial ao seu acúmulo nos organismos de seres humanos e outras espécies animais.

Em um estudo, pesquisadores descobriram que os microplásticos ingeridos por camundongos estavam bloqueando os vasos sanguíneos e o fluxo sanguíneo nos cérebros dos animais. Os pesquisadores desse estudo ressaltam que os cérebros humanos e de camundongos são diferentes e que não é possível aplicar os resultados conclusivamente a humanos, mas, a equipe levantou preocupações sobre como os microplásticos podem afetar nossos cérebros.

microplásticos nas artérias
Microplásticos nas artérias de pacientes cardíacos. Foto: New England Journal of Medicine

Enquanto cientistas descobrem a presença de microplásticos nos órgãos humanos e seguem estudando qual vai ser o impacto dessa contaminação, precisamos urgentemente reduzir a poluição plástica no planeta, reduzindo especialmente a fabricação e consumo de produtos de plástico de uso único no nosso dia a dia e cobrando de empresas e governos medidas efetivas para diminuir a presença desse material.

Enquanto isso, há maneiras de reduzir a exposição ao microplástico , incluindo não aquecer alimentos em recipientes de plástico no micro-ondas, filtrar a água potável, limitar o consumo de frutos do mar e evitar plásticos que contenham ftalatos.

plástico praia
Foto: iStock

Veja Também 1q1l4f

Esporotricose: fungo encontra no Brasil “local perfeito” para epidemia

Esporotricose: fungo encontra no Brasil “local perfeito” para epidemia 655w31

Espécie de borboleta volta ao borboletário do Mangal das Garças

Espécie de borboleta volta ao borboletário do Mangal das Garças 2q2m66

Ney Matogrosso participa de audiência pública para endurecer penas para maus-tratos a animais silvestres

Ney Matogrosso participa de audiência pública para endurecer penas para maus-tratos a animais silvestres 1182a

Desova da tartaruga-verde bate recorde em Fernando de Noronha

Desova da tartaruga-verde bate recorde em Fernando de Noronha 6g5i4e

Coração na reta: frio, estresse e comilança aumentam risco de enfarte no inverno

Coração na reta: frio, estresse e comilança aumentam risco de enfarte no inverno 3w272u

Fungo da série The Last of Us pode afetar humanos e causar nova pandemia? Entenda o que diz a ciência

Fungo da série The Last of Us pode afetar humanos e causar nova pandemia? Entenda o que diz a ciência 1m1q27